HU-UFPI realiza ações para marcar Dia Mundial sem Tabaco

Equipe do Programa de Tratamento do Tabagismo realiza ação educativa no HU-UFPI

Alertar a população sobre os males provocados pelo tabagismo. Este foi o principal objetivo das ações promovidas pela Unidade de Atenção Psicossocial do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI), nos dias 27 e 28 de maio. As atividades incluíram abordagens com fumantes para avaliação do grau de dependência a nicotina, distribuição de material informativo, palestras e a realização do I Encontro de Participantes do Programa de Tratamento do Tabagismo.

Durante o evento, o Superintendente do HU-UFPI, Dr. José Miguel Luz Parente, destacou a importância do Programa de Tratamento do Tabagismo que atua no hospital. "O tabaco tem impactos não apenas entre os usuários, mas em toda a sociedade e, nesse sentido, o programa tem atuado divulgando os malefícios do tabaco e as doenças e riscos gerados a partir de seu uso. Esse trabalho é um passo fundamental para a promoção da saúde e a prevenção de doenças", afirmou o Dr. José Miguel.

O idealizador do Programa de Tratamento do Tabagismo, Prof. Dr. Francisco Teixeira Andrade; a Coordenadora Municipal do Tabagismo, Clara de Assis Leal Matos; o Superintendente do HU-UFPI, Dr. José Miguel Luz Parente; o Chefe da Unidade Psicossocial, Dr. Ediwyrton Freitas; a psicóloga Juliana Burlamaqui Carvalho e o neurocirurgião Dr. Benjamim Pessoa Vale

O médico neurocirurgião, Dr. Benjamim Pessoa Vale, que em palestra no evento abordou a temática "Fumo versus AVC e qualidade de vida", avalia positivamente a ação de projetos que procuram preservar o capital humano em sociedade. "Nós trabalhamos os fatores de riscos em que o fumante está envolvido. Nós não tratamos doentes, não tratamos doenças, nós tratamos as pessoas", disse.

As ações desenvolvidas, na visão do Dr. Benjamim, contribuem para "evitar as doenças sistêmicas, a cronificação de algumas doenças, como a acentuação da pressão arterial, o aumento do risco do acidente vascular cerebral e a ocorrência do câncer de pulmão".

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de pulmão é o mais comum no mundo, sendo estimados mais de 27 novos casos no Brasil somente em 2015. Ainda de acordo com dados do Inca, o tabagismo é diretamente responsável por 80% das mortes por câncer de pulmão e 30% das mortes por outros tipos de câncer, como de boca, faringe, laringe e estômago.

Os dados são reforçados pelo Chefe da Unidade Psicossocial do HU-UFPI, o psiquiatra Ediwyrton Freitas, quando afirma que "o tabagismo está ligado a diversos tipos de câncer, não apenas o do pulmão, mas aos relacionados à via respiratória como um todo, incluindo boca, traqueia e laringe".

I Encontro de Participantes do Programa de Tratamento do Tabagismo aconteceu no Auditório do HU-UFPI

O Dr. Ediwyrton Freitas ressaltou, ainda, que a realização do I Encontro de Participantes do Programa de Tratamento do Tabagismo é "uma oportunidade de informar o público interno do HU, bem como a comunidade em geral, sobre a existência do programa antitabagismo e as conquistas alcançadas por ex-pacientes que passaram pelo tratamento".

O Programa, idealizado pelo Prof. Dr. Francisco Teixeira Andrade, da Universidade Federal do Piauí, começou a funcionar em 2008 no ambulatório do HU-UFPI e é considerado o primeiro centro de referência em atendimento ao fumante no estado. Atualmente conta com uma equipe que abrange dez categorias profissionais, incluindo médico, enfermeira, psicóloga, nutricionista, assistente social, terapeuta ocupacional, farmacêutico, técnico de enfermagem e educador físico.

O Dr. Francisco Teixeira Barros, presente no evento, relembra que os esforços para a instalação do Programa de Tratamento do Tabagismo remontam ao ano de 2004, quando uma equipe da UFPI recebeu treinamento de profissionais do Instituto Nacional do Câncer, o que viabilizou o início das atividades do Programa no Hospital Universitário. "A partir de então, esse serviço vem atendendo a população teresinense sem custo algum para o paciente. A pessoa chega aqui e vai ser atendida durante um ano sem gastar com absolutamente nada e com uma grande probabilidade de se livrar desse mal imenso que é o hábito de fumar", observa o Dr. Teixeira.

Participantes do Programa de Tratamento do Tabagismo e membros da equipe multiprofissional

O Programa em ação - De acordo com a enfermeira Ozinalda Veloso Paz, para participar do Programa de Tratamento do Tabagismo, os fumantes precisam fazer um cadastro, de forma voluntária, pessoalmente ou por telefone. "O tratamento, que dura um ano, ocorre em um grupo composto de 12 a 15 pacientes, que são acompanhados por uma equipe multiprofissional", explica Ozinalda Veloso.

Em avaliação recente, o Programa verificou que cerca de 34% dos participantes conseguiram parar de fumar. Em números absolutos, 368 pacientes pararam de fumar no primeiro mês de tratamento. "É importante destacar que, mesmo em pacientes com histórico de anos de consumo, os benefícios aparecem imediatamente logo após o abandono do fumo", observa a psicóloga Juliana Burlamaqui Carvalho.

Rita Alves da Cunha, que já passou por um ano de tratamento no Programa de Tratamento do Tabagismo do HU-UFPI, ressalta os benefícios alcançados. "O fato de eu ter parado de fumar já é uma grande vitória na minha vida. Com a orientação e o apoio da equipe multiprofissional, já estou há um ano sem fumar e os ganhos para minha saúde são visíveis", conta Rita Alves.

Dia Mundial Sem Tabaco - O Dia Mundial sem Tabaco é comemorado em 31 de maio. A data foi criada em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), objetivando despertar a atenção das pessoas sobre as doenças e as mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo.

Segundo a enfermeira Ozinalda Veloso, o I Encontro de Participantes do Programa de Tratamento do Tabagismo, realizado no HU-UFPI, se reveste de significativa importância porque, "além de marcar uma data alusiva ao tema tabagismo , que é o Dia Mundial Sem Tabaco, também possibilita a troca de experiências entre os participantes, sensibilizando as pessoas que ainda não se motivaram a parar de fumar."