UFPI inclui extensão como componente curricular obrigatório nos cursos de graduação

Imprimir
Última atualização em Terça, 30 de Abril de 2019, 09h50

 

robotica nas escolas publicas.jpg

Alunos do PET Engenharia Elétrica participam do Projeto de Extensão "Robótica nas Escolas" que leva aulas duas vezes por semana a alunos do 2º ano da Unidade Escolar Maria de Lourdes Rebelo, em Teresina

Até dezembro de 2021, todos os cursos de graduação da UFPI passarão a incluir atividades de extensão como componente curricular obrigatório para conceder diplomas aos estudantes. Os Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPCs) deverão estabelecer no mínimo 10% de sua carga horária total para atuação dos alunos em atividades extensionistas. 

A ideia é qualificar ainda mais a formação de graduandos na UFPI por meio da prática efetiva de ações voltadas à cidadania e seu papel social, com o desenvolvimento de ações que atendam a demandas da comunidade externa. Ao levar o conhecimento científico para fora dos muros da Universidade, os futuros profissionais também aperfeiçoam sua vivência a partir do contato com saberes produzidos nessas comunidades.

 

cleania pq.jpg

                                                            Profa. Dra. Cleânia de Sales Silva, Pró-Reitora de Extensão e Cultura da UFPI  

“A proposta é garantir aos acadêmicos uma formação mais ampla, humanista e mais comprometida com as necessidades da população, alinhada ao papel social tanto da Universidade como dos futuros profissionais. É uma oportunidade de qualificar mais ainda o ensino de graduação e permitir aos graduandos conhecerem as necessidades de diversos setores das comunidades e poderem contribuir com o atendimento das demandas detectadas”, avaliou a Pró-Reitora de Extensão e Cultura, Profa. Dra. Cleânia de Sales Silva.

Na UFPI, a chamada “curricularização da extensão”, em que a prática extensionista deixa de ser componente complementar para se tornar obrigatório, é regulamentada pela Resolução 053/2019, aprovada no dia 8 de abril pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPEX). A mudança atende também à Resolução nº 07, do Conselho Nacional de Educação (CNE), aprovada em dezembro de 2018, que, por sua vez, estabelece as diretrizes para cumprir meta fixada anteriormente pelo Plano Nacional de Educação ( Lei 13.005/2014), estabelecendo a utilização de 10% da carga horária dos cursos superiores para a prática de atividades de extensão.

“Na UFPI, a minuta da resolução foi construída pautada na Política Nacional de Extensão elaborada pelo Forproex ( Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras). A minuta foi apresentada e discutida em todos os campi e centros, reelaborada com base em sugestões recebidas, sendo apresentada ao CEPEX em dezembro de 2018. A Resolução aprovada na UFPI está completamente coerente com a resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE). A UFPI foi a primeira universidade do Brasil a aprovar a curricularização da extensão após a definição nacional das diretrizes pelo CNE”, detalha a Pró-Reitora.

Atividade Curricular de Extensão

Na UFPI, fica criada então a “Atividade Curricular de Extensão (ACE)”, e cada curso terá obrigação de oferecer, no mínimo, uma ACE por semestre. Mas o aluno terá liberdade para escolher a atividade extensionista que mais tenha a ver com seu perfil, podendo, inclusive, participar de projetos de outros professores de seu curso, de docentes de outros cursos na UFPI e até de projetos e ações realizados em outra instituição de ensino superior pública ou privada. 

“ As atividades de extensão não vão compor o currículo do curso como uma espécie de disciplina, porque isso fere a própria caracterização da extensão. O que existe é a necessidade de cumprir a carga horaria de 10 % do total do curso em ações de extensão, de modo que favoreça o diálogo entre a Universidade e a comunidade, provocando impacto social no público alvo dos projetos e na formação dos alunos. Os alunos terão inclusive mais liberdade para desenvolver atividades em parceria com outras instituições. Para isso, basta o projeto estar cadastrado na universidade ou faculdade que será reconhecido na UFPI. Para integralizar as horas, o coordenador do projeto precisa enviar à PREXC o relatório após a conclusão da atividade.”, detalhou a Pró-Reitora.

Realizadas exclusivamente de modo presencial, são consideradas atividades curriculares de extensão: programas, projetos, cursos e eventos de extensão, além de prestação de serviço à comunidade externa, e atividades práticas de disciplinas que envolvam atendimento à comunidade, desde que vinculadas a um programa ou projeto de extensão cadastrado e não contabilizado como carga horário da disciplina, e sim como ACE.

 

feira.jpg

Exemplo de projeto de extensão desenvolvido na UFPI, na Feira de Base Agroecológica Cultural, produtores de alimentos da região da grande Teresina vendem seus produtos quinzenalmente no Espaço Rosa dos Ventos. Com apoio da UFPI, 10 comunidades estão em processo de conversao e certificação da produção orgânica. 

Assessoria aos cursos

Aprovada a resolução, a PREXC e a Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PREG) irão oferecer assessoria aos cursos da UFPI, de todos os campi, para orientar como inserir as atividades de extensão no projeto pedagógico dos cursos (PPC). Os alunos que ingressarem na UFPI após a publicação da nova norma e a consequente aprovação do PPC do seu curso terão, obrigatoriamente, que fazer extensão, como requisito para conquista do diploma. O prazo final é até dezembro de 2021, mas alguns cursos já estão adiantados nas alterações dos seus PPCs.

“Estamos também trabalhando em parceria com a Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) para implantar no SIGAA o Módulo de Extensão, onde serão inseridas as ACEs ( atividades curriculares de extensão ) e os respectivos relatórios para homologação pela PREXC, e o próprio sistema envia a carga horária que foi concluida e homologada para o histórico do aluno. O Módulo de Extensão está em fase de testes e tem previsão de funcionamento para a comunidade no segundo semestre de 2019”, finaliza.

Confira a Resolução 053/2019 do CEPEX.