Galeria de Arte Urbana, o livro, é lançado no SALIPI

A Universidade Federal do Piauí sediou entre os dias 27 de abril e 1º de maio do ano passado  o evento de extensão “Tinta na Federal” que coloriu com arte urbana – grafitte em torno de 1,3 Km dos muros da UFPI. ) O evento reuniu artistas urbanos de várias partes do país como Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte e Belém. Neste mês de junho de 2018 os grafites migraram para o catálogo Galeria de Arte Urbana - UFPI, lançado na noite desta quarta-feira (06), no Salão do Livro do Piauí (SALIPI).

O livro foi organizado por Marcos Batista - Maku - grafiteiro e estudante do Curso de Pedagogia e pela professora Jacqueline Lima Dourado reunindo, além das fotos dos grafites feitas pelo fotógrafo Manoel Eduardo,  ensaios das professoras Juliana Fernandes Teixeira, Jasmine Malta, Neila Tanísia Rocha, Naise Caldas Silva e dos estudantes Ronne Wesley Lopes da Cruz, Larissa Lima Emérito e dos organizadores.

Profa. Jasmine Malta, Manoel Eduardo, Marcos Batista e Profa. Juliana Teixeira  no Lançamento

Segundo Marcos - Maku, “O projeto não focou apenas no grafismo em si, foi uma manifestação da cultura de rua e das artes urbanas de uma forma geral. Dentro desse movimento, temos outros estilos, o grapixo, o pixo, o estêncil, lambe, dentre outros. O Graffiti é aquela cultura que vem da periferia e invade não só a casa do burguês ou do empresário. Mas envolve toda a sociedade", afirma.

Para Jacqueline participar do livro foi uma experiência gratificante. “Desde a realização do evento Tinta na Federal, que trouxe em 1,3 quilômetros de galeria de arte urbana, nos mais diferentes estilos, até a concepção do catálogo que é uma outra forma de registrar e mostrar que é possível fazer a arte. Tanto nas paredes quanto no papel. Recebemos do Magnífico reitor, Prof. Dr. Arimatéia Dantas Lopes, a missão de viabilizar a ideia do Marcos que virou um projeto por meio da Pró-Reitoria de Extensão  e Cultura - PrexC para realizar o evento.”

O evento que deu origem ao livro  reuniu cerca de 80 participantes de vários estados com oficina de break, estilo de dança de rua pertencente a cultura do Hip-Hop, oficinas, escritores, feiras, pinturas e palestras.

As imagens do livro foram capturadas pelos fotógrafos Manoel Eduardo Sousa Filho e pelo egresso do Curso de Artes da UFPI, Victor Martins de Carvalho. “A coleta de fotos foi realizada em vários dias, algumas tiveram que ser tiradas de manhã, por causa do ângulo do muro. Outras foram tiradas à tarde, por conta da luz”, explica Manoel Eduardo. Para o fotógrafo e servidor da UFPI, a comunidade acadêmica e teresinense foi privilegiada com a pluralidade cultural encontrada nas pinturas multicoloridas dos painéis.

A Professora Jasmine Malta, integrante do projeto na produção intelectual (textual) e artística (graffiti), comenta que o catálogo ressalta a importância do processo comunicativo entre a Arte Urbana e as pessoas que a observam (entre os artistas) com suas propostas visuais e a cidade (espaço de intervenção). “É muito importante para o Grafiteiro a visibilidade de seu trabalho, porque ele executa para ser visto, lido e sentido por todos. Mas nas paredes ele é efêmero, amanhã não pode estar mais lá. Quando se materializa em um livro como esse, há a certeza de uma durabilidade maior de sua mensagem”, e segue afirmando que: “para mim, foi algo prazeroso poder colocar também o meu recado: tanto na parede quando no Catálogo. Mostrou que o trabalho de um docente ufpiano também rompe as b arreiras da sala de aula”, completa

A Professora Juliana Teixeira, do Curso de Comunicação Social da UFPI também compartilhou da alegria de participar do livro com um ensaio. “Para mim foi muito interessante escrever aquele texto, porque  falei da minha experiência logo que cheguei em Teresina. Conheci um grafiteiro e ele me explicou que talvez uma das figuras mais fáceis de se grafitar era o pássaro. Quando fui convidada para escrever esse texto, falei ‘nossa, quero falar da mescla do grafismo na minha vida e na minha chegada em Teresina, principalmente'”, descreve. 

Gil Camelo ficou responsável pelo projeto gráfico do catálogo, permitindo que a essência do grafismo fosse ali transmitida. A diretora de arte criou um novo modelo, partindo do projeto em preto e branco. “Fiz algumas pesquisas sobre o universo do grafite e das letras e consegui trazer algo mais colorido, que apresentasse mais vida e demonstrasse a diversidade que tem nos nossos muros, aquilo que está gravado nas telas das ruas. Enquadrei isso numa espécie de catálogo. Fui atrás dos nomes de cada estilo para apreender a produção desse material", comenta.

O  catálogo: Galeria de Arte Urbana leva o selo da EDUFPI, Editora da UFPI.