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Pesquisa da UFPI de Bom Jesus investiga diversidade de moscas-das-frutas no Cerrado piauiense

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Última atualização em Domingo, 24 de Março de 2019, 16h17

BJ pesquisa moscas

Professora Gleidyane e os estudantes em laboratório de análises (Foto: Gleidyane Novais)

No Campus da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Professora Cinobelina Elvas (CPCE), no município de Bom Jesus, o Programa de Desenvolvimento Científico Regional (DCR), resultado da cooperação entre a UFPI, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), tem permitido a realização de pesquisas voltadas para a resolução de problemas da região.

Um exemplo do que está sendo feito por meio do programa é a pesquisa da Profa. Dra. Gleidyane Novais Lopes Mielezrski, bolsista do DCR, por meio do edital nº 006/2014 Fapepi/CNPq, com o projeto “Diversidade de moscas-das-frutas e seus parasitoides no Cerrado piauiense”.

Inicialmente, os estudos têm sido desenvolvidos na área de ecótono Cerrado-Caatinga pertencente à UFPI/CPCE, em pomar de caju e em área urbana. Os estudos contam com a colaboração de estudantes de graduação dos cursos de Biologia e Agronomia. Além do projeto de diversidade de moscas-das-frutas aprovado pela Fapepi, também estão sendo conduzidas outras pesquisas, como: Diversidade de Insetos de Solo e Levantamento de Insetos Galhadores em Área de Transição Cerrado-Caatinga.

O estudo conduzido pela professora tem um grande valor econômico para a região e para o estado, uma vez que as moscas-das-frutas causam diversas perdas ao cultivo.

“O interesse por pesquisar as moscas-das-frutas no Piauí surgiu do fato do estado estar localizado no Semiárido brasileiro, que apresenta condições climáticas favoráveis à exploração de frutíferas, o que permite seu destaque crescente como produtor de frutas frescas e secas (castanha de caju)”, explica a professora Gleidyane.

Segundo a pesquisadora, as condições climáticas favorecem o desenvolvimento de moscas-das-frutas, as quais estão diretamente associadas às limitações quarentenárias impostas pelos países importadores de frutos in natura. “Os prejuízos ocasionados pelas moscas-das-frutas refletem-se no mercado interno, pela perda de frutos para o consumo in natura, e externo pela redução na quantidade exportada. Essas moscas têm sido bastante estudadas, em razão das larvas desenvolverem-se no interior dos frutos, constituindo, consequentemente, em um grupo de insetos-praga de grande importância econômica”, completa a pesquisadora.

Importância da pesquisa

Para Edinéia Araújo, graduanda em Ciências Biológicas e participante doestudo, a pesquisa é muito importante, pois proporciona conhecimentos novos, além de despertar interesse pela ciência: “A pesquisa sobre diversidade de insetos é muito importante, pois alguns insetos, como as moscas-das-frutas, podem ser sérias pragas agrícolas, capazes de gerar grandes prejuízos. Por isso, é importante que se faça um levantamento para que se possa conhecê-los para poder controlar possíveis danos. Esta pesquisa está me proporcionando o contato direto com a natureza, como manusear os materiais no campo e no laboratório, o que requer bastante cuidado”, diz a estudante.

João Batista Coêlho, também estudante do curso de Ciências Biológicas, conta sobre o aprendizado que está sendo adquirido com a experiência. “A pesquisa proporciona bastante conhecimento sobre as moscas-das-frutas que causam perdas econômicas, aumento nos custos de produção, além do conhecimento sobre seus hospedeiros alternativos e fatores ecológicos”, explica o discente.

BJ pesquisa moscas1

Coleta de frutos nativos (Foto: Gleidyane Novais)

As moscas-das-frutas merecem destaque, pois sua incidência pode promover aumentos nos custos de produção, em razão das frequentes aplicações de inseticidas e perdas na produção de frutos. Dada sua importância econômica, uma abordagem geral da dinâmica populacional de moscas-das-frutas, nos vários estados brasileiros, foi compilada no livro “Moscas-das-frutas de importância econômica no Brasil”. Em praticamente todos os estados brasileiros, foram realizados estudos de flutuação populacional de moscas-das-frutas. Entretanto, no Piauí, os estudos são incipientes e escassos.

A pesquisa, que começou em maio de 2015, deve durar cerca de três anos e dentre as expectativas para seus resultados, aprofessora espera que sejam identificadas e registradas, pela primeira vez, espécies de moscas-das-frutas e agentes de controle biológico. Além disso, o monitoramento populacional é o passo inicial para o sucesso do controle do inseto, ou seja, é imprescindível para a determinação do nível de dano econômico e, assim, auxiliar na tomada de decisão quanto ao seu controle.

O DCR

O programa foi implantado em 2004 com o objetivo de estimular a fixação de recursos humanos com experiência em ciência, tecnologia e inovação e/ou reconhecida competência profissional em instituições de ensino superior e pesquisa, institutos de pesquisa, empresas públicas de pesquisa e desenvolvimento, empresas privadas e microempresas que atuem em investigação científica ou tecnológica.

Além de diminuir as desigualdades, priorizando as instituições situadas nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste (exceto Brasília) e em microrregiões de baixo desenvolvimento científico e tecnológico do país, assim reconhecidas pelo CNPq.

Por meio desse programa, o CNPq já autorizou a implantação de 90 bolsas DCR, no período de 2004 até 2015, todas vinculadas aos projetos de pesquisa financiados pelo Governo do Estado e coordenados por pesquisadores doutores, beneficiando instituições de ensino e pesquisas sediadas no Piauí. As bolsas são concedidas por meio de edital público. A execução técnica dos projetos de pesquisa é acompanhada pela Fapepi.

Atualmente, o programa beneficia 22 bolsistas, contribuindo para reforçar os núcleos de pesquisa existentes, melhorar a produção científica e alavancar o conhecimento em CT&I no Piauí.

 “O programa DCR tem o objetivo de atrair pesquisadores doutores de outras regiões do país para o Piauí. Após a seleção via edital, eles se dirigem para instituições como a UFPI, a Universidade Estadual do Piauí (Uespi), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI) e a Empresa Brasileira para Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O pesquisador irá se integrar aos grupos de pesquisas já existentes ou criar novos grupos”, explica Eliana Abreu, gerente técnica- científica da Fapepi.

Os bolsistas do programa DCR no Piauí estão espalhados de Norte a Sul do estado em cidades como São Raimundo Nonato, Piripiri, Corrente, Bom Jesus, Picos e Parnaíba.

*Com informações do Governo do Estado

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